terça-feira, 15 de maio de 2012

A Piece of My Mind #22

Mais uma vez vou falar de futebol. E a sério que não me apetecia nada, mas tem que ser!... É que é uma boa ideia aproveitar a embalagem dos campeonatos nacionais que agora terminaram nos diversos países da Europa e abordar aqui um ou dois assuntos que me parecem pertinentes.

Sem rivalidade
O primeiro, tem a haver com esta descabida ideia de alargarem o número de equipas na Primeira Liga em Portugal. Numa altura em que há clubes que lutam contra imensas dificuldades financeiras, outros têm que comportar as despesas deixadas pelos estádios construídos para o Euro 2004 e ainda um bom número deles sobrevive recorrendo algumas vezes ao atraso de salários dos seus jogadores, parece-me da mais perfeita idiotice estar a trazer mais equipas para a divisão principal do nosso futebol, sabendo de antemão que alguns desses clubes terão uma fugaz e deprimente participação nessa competição.

Excesso de rivalidade
É certo que jogar na Primeira Liga, com o acesso a novos patrocínios e receitas televisivas, será uma boa injecção monetária nessas equipas, mas por outro lado, para além de um aumento substancial das despesas, dificilmente aumentarão com a sua presença a competitividade do nosso campeonato. Corremos é o risco de ter mais situações como a que se passou com a equipa do Leiria este ano, que quase que acabava a competição com faltas de comparência (deturpando a Verdade Desportiva) e terminou a época a jogar com júniores devido à rescisão de contratos de alguns atletas que andavam a jogar à borla;

Um segundo assunto, diz respeito ao fair-play. Já houve um técnico que disse uma vez: "O Fair-Play é uma treta!", o mesmo treinador que tem um vídeo onde o vemos a dar indicações ao seu guarda-redes para se deitar no chão, simulando uma lesão para ganhar tempo, é normal insultar quem lhe apetece e denegrir a imagem de árbitros e adjuntos nas conferências de imprensa e também já deu uma chapada num jogador de outra equipa nem por isso sendo punido. Esse "mister", esta época nem se dignou a dar os parabéns ao seu colega que venceu o campeonato desta época, mas não espanta, pois está num clube que passa o tempo a reclamar que é penalizado pela corrupção e pelas arbitragens e, ano após ano, continua a falhar desportivamente (vocês sabem de quem estou a falar, o tal clube que quando estava 5 pontos à frente, já era campeão e enchia as parangonas dos jornais com títulos como: "A melhor equipa a jogar futebol em Portugal" ou "Calma, vamos ser campeões!" (em Fevereiro deste ano).
Infelizmente, vive-se demasiado de rivalidades insanas no nosso mundo futebolístico, para se ter a capacidade de saber perder e de reconhecer o mérito aos adversários, como até Pep Guardiola fez este ano ao reconhecer a vitória do rival José Mourinho. E é por esta filosofia bacoca que só serve para acirrar as gentes e vender jornais, que cenas como a que vos trago, onde no campeonato romeno, um jogador do Rapid de Bucareste, após uma grande penalidade marcada erradamente pelo árbitro, corrige-o, sendo efectuado um lançamento de bola ao solo, para repor a justiça no jogo (algo impossível, penso eu, em Portugal), numa demonstração do que devia ser o verdadeiro fair-play, aquele que, por cá, é uma treta!...



P.S.: Para mais uma magnífica forma de demonstração de o que devia ser o fair-play no futebol, siga este link, clicando aqui.


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