A Lagoa das Sete Cidades localiza-se no fundo da caldeira das Sete Cidades, na freguesia de mesmo nome, na ilha de São Miguel, nos Açores. Constitui-se no maior reservatório natural de água doce de superfície dos Açores, ocupando uma vasta área que chega aos 4,35 quilómetros quadrados, com uma profundidade de 33 metros, que se caracteriza pela dupla coloração das suas águas, sendo dividida por um canal pouco profundo, atravessado por uma ponte baixa que separa de um lado um espelho de águas de tom verde e, do outro, um espelho de tom azul.
Essas características, e a beleza da paisagem envolvente, deram lugar a que surgissem belas lendas sobre a sua origem e formação, inclusive a que a liga ao mito da Atlântida.
A caldeira foi formada por colapsos sucessivos de dois relevos que a circundam, e tem um diâmetro de 400 metros e constitui-se numa das maiores caldeiras de abatimento do arquipélago. Os seus bordos apresentam, em sua maior parte, vertentes muito inclinadas.
Inscreve-se em uma área de montanha de relevo bastante acentuado, com falésias interiores, profundas ravinas e sulcos em cujos leitos correm águas torrenciais. O "Pico das Éguas", com 847 metros de altitude, é a maior elevação da zona.
É uma área que conserva vestígios da vegetação primitiva do arquipélago, com destaque para o cedro-do-mato, a angélica, o azevinho, o queiró, a urze, a uva-da-serra, o folhado, as margaridas, assim como os musgos. Representa também uma importante zona de passagem para aves migratórias, muitas das quais em perigo de extinção, mas também aves endémicas dos Açores, como o pombo-torcaz-dos-Açores, o melro-preto e a estrelinha. Nas águas das lagoas da região encontram-se várias espécies de peixes introduzidas pelo Homem, como por exemplo a carpa, o lúcio, a perca, o ruivo e a truta.
Pólo de atracção turística, a sua beleza natural constitui um dos focos de interesse do arquipélago dos Açores, sendo visitada anualmente por milhares de amantes da Natureza, casais em busca de um ambiente romântico ou simples curiosos desta maravilha natural em território nacional.
Associadas ao local podem-se descobrir várias lendas. Uma delas é a da "Princesa dos Olhos Azuis":
"No local onde hoje se situa a bonita freguesia das Sete Cidades, existia um reino, onde habitava a bela e jovem Princesa Antília, de lindos olhos azuis. Certo dia, num passeio pelos prados maravilhosos da região, a Princesa apaixona-se por um Pastor de olhos verdes, que por ali passeava o seu rebanho.
Dias passaram, e em todos eles os dois apaixonados se encontraram no mesmo local, à sombra de uma velha árvore, cada vez mais próximos e apaixonados.
O Rei, que desejava a sua filha casada com um Principe do reino vizinho, ao tomar conhecimento da paixão que crescia, proibiu o amor da Princesa e do Pastor. Desesperada, Antília pediu o seu último encontro com o seu amor, que aconteceu no local habitual.
Enquanto falavam o seu triste destino, os dois choraram em tamanha quantidade que, dos olhos azuis da Princesa se formou a Lagoa Azul, e dos olhos verdes do Pastor, se formou a Lagoa Verde.
Conta então a lenda, que os dois foram separados, mas as suas sentidas lágrimas para sempre ficaram lado a lado, na Lagoa das Sete Cidades."
guiadacidade.pt
Sem comentários:
Enviar um comentário