quinta-feira, 19 de abril de 2012

Portugal - Pontos de Interesse #14


O Castelo de Guimarães localiza-se na freguesia de Oliveira do Castelo, cidade e concelho de Guimarães, no distrito de Braga, em Portugal. Em posição dominante, sobranceiro ao Campo de São Mamede, este monumento encontra-se ligado à fundação do Condado Portucalense e às lutas da independência de Portugal, sendo designado popularmente como berço da nacionalidade.

Castelo de Guimarães
Classificado como Monumento Nacional, em 2007 foi eleito informalmente como uma das Sete maravilhas de Portugal.
No contexto da Reconquista cristã da península Ibérica, os domínios de Vimaranes (antiga designação de Guimarães) foram outorgados, em fins do século IX, a um cavaleiro de suposta origem castelhana, de nome Diogo Fernandes, que nelas veio a se estabelecer.
A povoação de Vimaranes distribuía-se, à época, em dois núcleos: um no topo do então chamado Monte Largo, e outro, no sopé dessa elevação, onde foi fundado um mosteiro. Era vulnerável à época, além das possíveis incursões de forças Muçulmanas, oriundas da fronteira ao Sul de Coimbra, às incursões de Normandos, oriundos do mar do Norte em embarcações rápidas e ágeis, que assolavam as costas e o curso navegável dos rios à época.

Interior das muralhas
Para defender essa área construiu-se, no topo do Monte Largo, um castelo para o recolhimento das gentes em caso de necessidade. Acredita-se que a estrutura então erguida, sob a invocação de São Mamede, fosse bastante simples, composta por uma torre possívelmente envolta por uma cerca.
Pouco mais de um século passado, a povoação de Vimaranes encontrava-se entre os domínios doados pelo Rei Afonso VI de Leão e Castela a D. Henrique de Borgonha, que formaram o Condado Portucalense. O conde D. Henrique (1095-1112) e sua esposa, D. Teresa de Leão escolheram esta povoação e o seu castelo como residência. Desse modo, a primitiva construção terá sido demolida e, em seu lugar, erguida a imponente estrutura da Torre de Menagem. O perímetro defensivo foi ampliando e reforçando, nele se rasgando a porta principal, a Oeste sobre a vila, e a chamada Porta da Traição, a Leste.

Estátua de D. Afonso Henriques
Dentro dos muros dessa cerca terá resistido D. Afonso Henriques (1112-1185), em 1127, ao assédio das forças do Rei Afonso VII de Leão e Castela. No vizinho campo de São Mamede, o castelo foi testemunha do embate entre as forças de D. Afonso Henriques e as de D. Teresa (24 de Junho de 1128) que, com a vitória das armas do primeiro, deu origem à nacionalidade portuguesa.
A partir do século XV, diante dos progressos na artilharia, o Castelo de Guimarães perdeu a sua função defensiva. No século seguinte as suas dependências passaram a abrigar a Cadeia Municipal, e, no século XVII, um palheiro do rei, acentuando-se a sua ruína.
Em 1836, chegou-se a defender a demolição do castelo e a utilização da sua pedra para calcetar as ruas de Guimarães, facto que felizmente não se concretizou. Posteriormente, sob o reinado de D. Luís (1861-1889) o castelo foi classificado, por Decreto publicado em 19 de Março de 1881, "Monumento Histórico de 1ª Classe", o único na região do Minho.

Classificado como Monumento Nacional por Decretos publicados em 27 de Agosto de 1908 e em 1910, a partir de 1937 a Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais iniciou-lhe extensa campanha de intervenção, que culminou com a sua reinauguração, em 4 de Junho de 1940 por ocasião das comemorações do VIII Centenário da Fundação da Nacionalidade.
Ainda que visualmente não seja imponente, o Castelo de Guimarães é acima de tudo um monumento pleno de simbolismo que representa a emancipação da nossa Nação e também o nosso desejo de sermos autónomos e de lutarmos por esse objectivo.

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