quarta-feira, 18 de abril de 2012

A Piece of My Mind #21

Morosini
Após mais uma morte de um jogador durante uma partida de futebol, desta vez no Campeonato Italiano, onde se perdeu mais um jovem, o atleta do Livorno, Piermario Morosini, de apenas 25 anos e ainda com a situação idêntica ocorrida na Inglaterra com o jogador do Bolton, Fabrice Muamba, de 23 anos, apenas há um mês (este caso que teve contornos mais felizes), urge haver quem na comunidade médica nos traga algum tipo de informação sobre o porquê de cada vez mais vermos jovens na flor da idade, em aparente boa compleição física e estado de saúde, que são vistos por médicos mais vezes que a grande parte das pessoas da sua idade, pelo simples facto de serem atletas de alta competição e ainda assim parece que nada disto tem evitado estes casos.
Relembro que tivemos em Portugal uma recente situação lamentável deste tipo, com o jogador Miklos Feher, de 24 anos, que no dia 25 de Janeiro de 2004 caiu inanimado durante um jogo de futebol durante o jogo Guimarães-Benfica, vindo a falecer.

Feher
Estes casos e alguns outros que vão surgindo mas que poderão ter menos relevância mediática, já que a morte ao vivo é sempre mais chocante, dão que pensar como é que é gerida a condição física destes atletas e até que ponto é que o seu estado de saúde não é negligenciado em prol de outros valores. 
É sabido que o futebol profissional movimenta actualmente milhões de euros (ou outra moeda qualquer) por todo o mundo e actualmente é mais que um jogo, mas sim um negócio multi-milionário que interessa a muita gente, desde empresários, casas de apostas e organizações financeiras mais ou menos directamente envolvidas. O que eu questiono é se não haverá mais interesse financeiro neste desporto actualmente que se sobreponha à vida dos próprios interpretes. É sabido que quando um jogador tem uma pequena lesão tem que jogar muitas vezes com as famosas "infiltrações" injectadas ou então quando está com gripe, consegue uma quase miraculosa recuperação em menos de metade do tempo de um funcionário público. Também sabemos que os controles anti-dopping são cada vez mais e mais rigorosos, mas continuamente vão sendo criadas novas drogas e estimulantes sintéticos numa corrida de polícia e ladrão para ver quem desenvolve melhor os seus meios: os batoteiros ou os controladores.

Por tudo isso eu questiono se não haverá aqui uma acção entre o que estes jogadores comem, bebem, os medicamentos que lhes são dados (para curar desde uma unha encravada a algo mais sério) e até os métodos de treino físico extremamente rigoroso que lhes aplicam, nada disto terá alguma influência nestes casos?
Sabendo de antemão que qualquer atleta deste nível tem presente na sua mente que está a assinar um contrato que permite que os clubes usufruam dele quase como de uma máquina e que o futebol é uma profissão de desgaste rápido, por algum motivo, apenas acho que seria pertinente que efectuassem um estudo abrangente e sincero sobre a verdadeira condição de saúde destes profissionais.

Van Loo
Na melhor das hipóteses ganhamos todos com isso, como este caso que apresento do jogador que alinha no Campeonato Belga de futebol, Anthony Van Loo, que sabendo de um problema cardíaco hereditário, tem instalado dentro do corpo, junto ao coração, um desfibrilhador que quando detecta a diminuição da batida cardíaca abaixo de um determinado valor, lhe dá um choque reactivando o músculo cardíaco. E assim este jogador continua na sua profissão, apesar do problema de saúde e de algumas surpresas de quando em vez...


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