O Palácio do Freixo, no Porto é um dos exemplares mais representativos do barroco civil no país.
Foi mandado construir pelo cónego D. Jerónimo de Távora e Noronha, responsável pela vinda do arquitecto italiano Nicolau Nasoni (também criador da Torre dos Clérigos) para a cidade do Porto, em 1725. Escolheu-o para este projecto, executado em estilo barroco em meados do séc. XVIII. O jardim foi desenhado segundo a tradição italiana, com esculturas e com uma vista magnífica sobre o rio.
O edifício foi classificado como Monumento Nacional em 1910, e em 1986 o Palácio e a envolvente foram adquiridos pela Câmara Municipal do Porto.
Os trabalhos de consolidação e restauro tiveram lugar de 2000 a 2003, sendo o projecto da autoria do arquitecto Fernando Távora e de seu filho.
Posteriormente, o palácio foi cedido ao Grupo Pestana para a instalação da maior das Pousadas de Portugal, a Pousada do Freixo, requalificada em 2009. A Pousada é constituída por dois edifícios distintos que se encontram ligados: o do Palácio do Freixo e o da antiga Fábrica de Moagens Harmonia.
O edifício apresenta planta retangular, enquadrada por quatro torreões salientes em cada ângulo, recobertos por telhados em pirâmide. Muros ondulantes e escadarias interiores e exteriores completam uma descrição genérica do edifício. O maior desafio residiu na disposição do palácio em quatro fachadas diferentes. Cada uma tem desenho distinto, sendo a que está voltada a leste a mais movimentada.
Os frontões são decorados com grinaldas de flores, medalhões, máscaras, cachos de frutos e por uma pedra de armas. A balaustrada que corre sobre o andar nobre é ornamentada. São ainda vários os pináculos que se encontram ao longo da balaustrada das fachadas e nos torreões. Nasoni inspirou-se na escultura de elementos aquáticos típica do barroco, como algas, peixes, vieiras, líquenes e golfinhos (símbolo da família Távora e Noronha).
O interior do palácio é extremamente rico. Grande parte dos compartimentos têm frescos, assim como bem executados tectos de estuque, alguns de matiz oriental. A pintura ilusória com temas alegóricos é comum no interior do palácio, grande parte executada pelo próprio Nasoni.
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