O livro "O Papalagui", que significa "o Branco" ou "o Senhor", no dialecto dos Samoanos, com quem o escritor e pregador germânico Erich Scheurmann privou durante algum tempo, descreve a simplicidade e até inocência com que o chefe Tuiavii, da tribo Tiavéa, via o homem branco dito civilizado, no início do Século XX.
Composto pelas conversas de certo modo filosóficas que Scheurmann terá tido durante o tempo em que esteve com a tribo, dá-nos uma imagem do distanciamento que a sociedade moderna tem actualmente (porque ainda que escrito em 1920, torna-se quase intemporal), da Natureza e do mundo que nos rodeia em detrimento da tecnologia e da vida numa sociedade urbano-dependente.
A maneira como nos é descrita a nossa própria existência numa crítica sem maldade que é feita pelo chefe da tribo, faz com que qualquer pessoa que leia este livro sinta humildade e o reconhecimento de que cada vez mais somos incapazes de viver sem objectos tais como telemóveis, computadores ou televisão.
É deliciosa, mas também constrangedora a forma como Tuiavii descreve artigos tão simples tais como o vestuário que usamos ou as habitações elaboradas em que vivemos, passando pela nossa obsessão com o enriquecimento e o stress do dia-a-dia que não nos deixa tempo para viver.
Um excelente livro que aconselho a quem está cansado de viver nas cidades e também a quem tem filhos e lhes quer mostrar a futilidade das playstations ou ipods.
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