domingo, 18 de abril de 2010

A Piece of My Mind #9


Uma das fotografias mais conhecidas do mundo, é esta do Comandante Che Guevara. E se começo com a imagem deste grande revolucionário, que dedicou a vida a procurar reparar as injustiças de regimes sobre a sua população, é apenas porque é de revolução que vos venho falar. Não necessariamente uma revolução armada, mas decididamente uma revolução de mentalidades.
Isto porque de há algum tempo para cá que ouço falar em crise financeira e em retoma, sendo que até agora a crise continua e a retoma está sempre a ser adiada. Mas estamos a ser todos iludidos, camaradas! Esta crise não existe e nunca sequer começou, estando apenas na cabeça de uma mão cheia de pessoas que insiste em nos tentar manipular com ela. Senão vejamos: estaremos mesmo em crise? Haverá falta de dinheiro? Parece-me que não...
Cada vez mais se vendem carros topo de gama, iates de luxo e mansões milionárias. Isso significa que há dinheiro. Aliás, tanto quanto sei, não se pararam de imprimir notas de 100, 200 ou 500 euros... Eu, nunca pus a vista em nenhuma, mas acredito que elas andem por aí a circular nas mãos de alguém!
Depois surgem-nos notícias como a do CEO da EDP, António Mexia, que vai ganhar um bónus milionário numa empresa com capitais públicos. Portanto, eu, contribuinte, e todos os demais contribuintes, estamos a pagar ao Senhor Gestor o seu bónus (ele que, coitado, ganha muito pouco). Isso só pode significar que o dinheiro anda por aí, a circular, logo não há falta de Euros...

O que está errado é que está muito mal distribuído! Se um gestor da EDP, PT ou Zon ganha um bónus milionário isso está muito bem porque ele trabalha em prol de uma mega-empresa quase sem concorrência, por isso merece porque tem feito um trabalho de muita qualidade, mas se um pobre trabalhador está desempregado contra a sua vontade (para que estes cabrões possam receber os seus bónus) e não consegue arranjar emprego, então o Sr. Engº Sócrates (e muito bem) decide que se deve cortar nos subsídio de desemprego porque "os desempregados não querem trabalhar e estão a viver às custas dos outros".
Se o Sr. António Mexia estivesse desempregado e o Centro de Emprego lhe oferecesse um emprego a 30 Km. de casa, para ganhar 500 euros líquidos e ter que levar uma marmita com sopa para poder almoçar a preços módicos dia após dia, (porque o patrão dessa empresa diz que não pode pagar mais aos empregados sob pena de não ter lucro suficiente para levar a família de férias num cruzeiro) estou em querer que também o Sr. António Mexia recusava tal proposta.
É muito fácil ouvir os políticos a falarem do alto dos seus pedestais de mármore, mas de vez em quando eles deviam descer à terra e circular por ente a populaça e escutar os seus lamentos e preocupações (em vez de o fazerem só na altura das eleições e do beija-criancinha e abraça-velhinho).

Urge portanto uma revolução, camaradas! Necessitamos de um Che Guevara que venha a este país e ponha ordem no sistema. Necessitamos que retirem estes dinossauros da política do poder, esta alternância partidária infinita que se traduz numa rotatividade cíclica de cadeiras no hemiciclo, que peguem nos Antónios Mexias e Zeinal Bavas e demais gajos de fato italiano e limusinas privadas e os ponham todos a trabalhar nas obras com martelo e pá de trolha, na torrente do sol ou sob chuva intensa, para verem o que é bom. Precisamos de alguém que chegue a este país e distribua notas de 500 euros por toda a gente e traga igualdade social a esta merda de nação e que nunca mais permita que haja um gestor, administrador, presidente executivo, assessor ou director, que ganhe mais num mês do que uma família de trabalhadores da indústria metalúrgica ou transformadora ou química ganhe numa vida inteira de trabalho, sem condições de segurança, saúde e com horários impostos em turnos e horas extras para ganhar mais uns cêntimos.
E quando essa personagem surgir neste país só ficará por saber se lhe chamaremos Guevara, Sebastião ou Messias!...

The Gossip - Music For Men (2009)

Como se está a aproximar o grande evento que será o Festival Optimus Alive de 2010, com um cartaz invejável, não resisto a postar aqui uma crítica ao álbum de 2009 dos Gossip, Music For Men, que será certamente uma das bandas mais interessantes do festival.
Após uma ascensão fulgurante no mundo musical com o seu álbum de 2006 - Standing In The Way of Control (o terceiro da formação do Arkansas, estado de Bill Clinton), a banda norte-americana da vocalista Beth Ditto, parecia ter encontrado a receita para o sucesso. Mas, como acontece muitas vezes nestes casos, o próximo álbum poderia decidir se a banda teria motivos para continuidade ou se teria que regressar à terra natal com a sensação de que foi bom enquanto durou. Ao ouvirmos este trabalho de 2009, ficamos imediatamente com a sensação de orgulho que "os meninos" já cresceram e amadureceram a sua musicalidade. Os temas são mais trabalhados e a capacidade vocal de Beth Ditto bem explorada dando origem a temas enérgicos e animados. Com a certeza de que vão contribuir positivamente para um grande festival em Julho, deixo aqui o tema "Dimestore Diamond".

Book Review #2: 1984, de George Orwell


Quando em 1949, o autor britânico de origem indiana, Eric Arthur Blair, mais conhecido pelo pseudónimo de George Orwell, acabado de sair da 2ª Guerra Mundial, escreveu o livro 1984, estava ainda presente na sua mente o perigo do totalitarismo que o regime de Hitler tinha tentado impor na Europa e a crescente expansão da influência comunista que a Rússia começava a "espalhar" pelos países do futuro Pacto de Varsóvia (que viria a ser assinado 6 anos depois).
Assim, Orwell descreve-nos no seu romance o que poderia estar a caminho no então longínquo ano de 1984 (embora até a passagem do tempo seja posta em causa), caso o mundo se viesse a dividir em blocos de influências regidos por regimes absolutistas e totalitaristas com a capacidade de moldar as mentalidades da sua população através de uma vigilância constante e terror causado por perseguições, torturas e o mais completo controle mental. A criação, inclusive, de uma nova língua (Novilíngua) que pretende comprimir e diminuir o lêxico gramatical do inglês, apenas para servir o propósito de limitação mental da população e reduzir as ideias subterfúgicas e os Ministérios governamentais com os seus nomes antónimos que policiam todos os sectores da sociedade oceânica (por exº: Ministério da Paz, que controla a guerra ou Ministério do Amor, que tortura as pessoas).
O livro é narrado pela personagem Winston Smith, que é um insignificante indivíduo que está encarregue da alteração de documentos históricos, com o intuito de manipulação da história sempre em consonância com as indicações do regime que controla a sua facção, a Oceânia (mais abaixo no mapa a rosa).
Neste romance surge-nos o conceito de "Big Brother" (O Grande Irmão) que mantém uma vigilância constante sobre tudo e todos, impedindo inclusive os pensamentos de rebelião contra o regime e levando ao desaparecimento de todos os que não hajam em conformidade. Esse terror de hiper-vigilância persegue-nos até aos dias de hoje pois é comum haver inúmeras teorias de conspiração sobre intrusões na vida privada dos cidadãos através de vigilâncias-satélite ou chips inseridos sob a pele, que colidam com os direitos fundamentais de privacidade. Mas no fundo, tudo o que gerou foi um popular reality show na televisão, que foi um sucesso mundial.
Fica a mensagem geral do livro que ajuda a que as gerações vindouras tenham presente a necessária vigilância contra qualquer tipo de tirania governamental e impeçam que agora e no futuro, valores imprescindíveis tais como a liberdade de expressão, a imprensa livre de influências politico-ideológicas e o direito à revolta e ao protesto, nunca permitam que nos imponham uma sociedade "Orwelliana".

Mapa do mundo em 1984

sábado, 3 de abril de 2010

Crítica DVD: INK

Vou marcar a data de Abril de 2010, para memorizar o momento em que vi o filme que entrou para primeiro lugar no meu top de preferências (para os mais distraídos, está aí à esquerda!). Falo-vos do filme independente de baixo orçamento, de um pequeno estúdio e com actores desconhecidos, INK. Poderá ser a prova provada que o cinema é de facto a 7ª arte, pois o filme de que vos falo é, na minha opinião, equivalente a um David de Michelangelo, ou uma Mona Lisa de Da Vinci.
Vou limitar a minha crítica a alguns pormenores, pois não quero estragar o prazer de verem o filme completamente desprovidos de expectativas. A história fala-nos de 2 grupos distintos que lutam entre si para nos darem sonhos ou pesadelos durante a noite... e mais não digo!
Espero sinceramente que todos vejam este filme de 2009, que passou completamente à parte do circuito comercial. Tem uma trabalho fantástico de Jamin Winans (realizador e argumentista) e uma banda sonora perfeita...
Não vou deixar nenhum trailer, para manter o suspense, mas deixo-vos uma curta-metragem do realizador, que dá para verem a forma original dele pensar e filmar. Fiquem com "Spin" criado em 2006.