segunda-feira, 25 de maio de 2009

A Piece of My Mind #3



Os portugueses habituaram-se a ver a Europa como o nosso amigo que, de quando em vez, nos manda uns "fundozitos" para o desenvolvimento e para uns cursos profissionais. Com essa imagem em mente, não surpreende que para as próximas eleições para o Parlamento Europeu (P.E.), que terão lugar no dia 7 de Junho, esteja já prevista uma abstenção na ordem dos 70% (como é habitual). É que os portugueses não ligam nada a quem vai para o P.E. representar as lusas cores. É mais importante saber quantos clubes Portugal vai ter para nos representar nas competições europeias de futebol para o próximo ano, do que quem são os deputados que estão lá a "representar os nossos interesses".
Alguns "chatos" acusam o povo português de não compreender a importância de ter bons representantes num parlamento que cada vez mais dita as regras e o sentido desta Europa inevitavelmente unida e de serem "irresponsáveis" ao falharem tal importante escolha democrática. Mas eu acho o oposto. Os portugueses já compreenderam há muito tempo, que eleger representantes para o P.E. é uma perda de tempo, pois os que lá estão pouco têm a dizer sobre os verdadeiros interesses de Portugal (22 deputados), como nação. É que esta Comunidade Europeia, continua a ser uma representação desigual de "lobbies" e de alianças de países poderosos, tais como a Alemanha (99 deputados), a Itália (72 deputados), a França (72 deputados) e o Reino Unido (72 deputados), que vão ditando a marcha da Europa unida, enquanto que o máximo a que que os "pequeninos" almejam é a dar saltinhos de pulga e picadelas de mosquito só para chatear. Até os partidos reconhecem que o interesse no P.E. é mandar para lá uns "tacheiros" que vão ganhar chorudos salários e prémios de deslocação profissional e é esse o motivo que os políticos escolhidos para esses cargos são usualmente gajos acabados da política nacional ou então nobres desconhecidos (admite-se o cabeça de lista do PS ser um ex-PCP? O PS não tinha ninguém para despachar para Bruxelas?).
Resta-nos o consolo de quando se discutirem quotas pesqueiras, Portugal se unir a Espanha (50 deputados) (como se fosse o Festival da Eurovisão, em que votamos sempre nos vizinhos) e nos entretermos à chapada com uma pescadas e umas fanecas, para a notícia dar nos Telejornais e o povo se lembrar de que tempos uns gajos lá a "trabalhar para nós". De resto, a informação do que esses "prestigiados políticos" lá andam a fazer raramente chega aos nossos ouvidos e nem sequer imaginamos o sentido dos seus votos parlamentares que normalmente seguem as instruções do bloco político em que se inserem no P.E..
Assim sendo, dia 7 lá estarei...a fazer parte de 70% das estatísticas!

Feira do livro do Porto



Vai começar a 79ª edição da feira do Livro da cidade do Porto, que poderá ser visitada na montra da cidade, a Avenida dos Aliados.
Parte integrante das actividades culturais desta cidade, a feira continua a tentar trazer os hábitos de leitura a mais e mais pessoas, através da divulgação de obras de renome e algumas novidades, a preços mais convidativos. Como tal, aconselha-se um passeio pela baixa da cidade e uma passagem pela feira para adquirir um livro para vos acompanhar num café tomado no Majestic ou uma cerveja na Cunha, quem sabe?
Fica aqui o link para o site da feira:

http://feiradolivrodoporto.pt/

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Cartaz definitivo do Marés Vivas 2009



Fica aqui o cartaz final para o Festival Marés Vivas 2009 a decorrer entre 16 e 18 de Julho.
Destacam-se a presença dos cabeças de cartaz Kaiser Chiefs, Scorpions, Guano Apes e Keane, mas também, para gostos mais "comerciais", Jason Mraz e Colbie Caillat, entre outros.
Sem dúvida um festival que promete e que consegue unir três factores importantes, boa música, preço bastante apelativo e ser o festival que mais dá que falar para quem vive no Grande Porto, chegando a destronar o SBSR.
Parabéns aos produtores e organizadores do festival por continuarem a lutar contra a centralização de espectáculos deste país...
Eu já tenho o meu passe para os três dias... e vocês???

Tim Burton e o seu lado negro

Para quem admira o trabalho do excêntrico Tim Burton, está para breve a estreia da sua mais recente produção numa nova incursão pela animação. O filme chama-se simplesmente "9" e segue a linha de animação em ambientes soturnos e assustadores que o realizador/produtor já nos habituou em filmes tais como "O Estranho Mundo de Jack" ou "A Noiva Cadáver".
Desta feita, mostra-nos um universo pós-apocalíptico paralelo ao nosso em que se movem bizarras criaturas de trapos. A realização está a cargo do pouco conhecido Shane Acker, igualmente um dos responsáveis pelo argumento.
Potencialmente um filme que não estará ao alcance de todos, o trailer de "9" deixa alguma curiosidade em ver o resultado final. Nas vozes das personagens temos a presença de actores consagrados, tais como: Elijah Wood, John C. Reilly, Christopher Plummer, Jennifer Connelly e o veterano Martin Landau.

A Pixar volta ao trabalho

Para aqueles que, como eu, são fãs da animação computorizada, Pixar é sinónimo de grandes filmes. Por isso, ansiamos pela nova produção dos estúdios, que provavelmente já se encontra a ser feita 5 anos antes da estreia...
Para já, temos o seu mais recente filme "UP", que nos conta a história de um indivíduo que um dia decide mandar a sua casa pelos ares, literalmente. Com o recurso às mais recentes técnicas de animação digital, uma história que agrada a miúdos e graúdos e um sentido de humor irrepreensível, os filmes da Pixar já não deixam ninguém indiferente. Fica aqui o trailer do filme que teve a honra de abrir o Festival de Cinema de Cannes deste ano.

domingo, 10 de maio de 2009

E já foram 100!...

Finalmente o 100º post aqui no "Francesinhas e Cerveja"! E para comemorar isso e em agradecimento a todos os amigos, fãs e ilustres desconhecidos que por aqui passam de quando em vez, deixo-vos um vídeo muito especial, do melhor que os "Monty Python" já fizeram e dos seus "discípulos" portugueses, os "Gato Fedorento".
Dos Monty Python, extraído de um filme fantástico "A Vida de Brian", o momento musical de "Always look on the bright side of life". Dos Gatos, um dos seus melhores "sketches", o "Kunami"...





Trailers de acção

Hoje, especialmente para os fãs de filmes de acção, resolvi deixar aqui dois trailers de filmes que estão para estrear em breve e que deverão encher as medidas para aqueles que gostam de ir ao cinema para assistir no grande ecrã a explosões extraordinárias, efeitos especiais soberbos, rodeados pelo som surround de toda essa acção.
Ambos os filmes prometem não desapontar e, se bem que no que diz respeito aos "Transformers", estejamos a falar de uma sequela, o novo "G.I. Joe" também promete não ficar por aqui.
Ficam então os trailers de "Transformers 2 - Revenge of the Fallen" e "G.I. JOE":



quarta-feira, 6 de maio de 2009

Momento de Poesia



Sempre achei este poema extraordinário e como andei aqui tanto tempo na net à procura dele, agora que o achei, partilho convosco. É de um spot publicitário da SIC Notícias. A vermelho estão as partes que não constam do anúncio:

O quarto poder é um quarto. Com vista sobre a cidade que já não o é; sobre as ruas que já o foram; sobre as casas que deixaram de o ser.

O quarto poder é um pai; e um filho tornado órfão por uma bala certeira; errada no alvo, errada na hora, errada no tempo que faz do lugar a morada última de um quotidiano que se extingue.

O quarto poder é um fogo; ingrato nos modos, ousado na fuga, intenso na cor, injusto nas vítimas.

O quarto poder é um mar; um oceano de raiva, um elemento à deriva, uma ausência de razão, um lamento inconsolável, um ímpeto de sobrevivência.

O quarto poder é um sopro; de espada em forma de pena, de penas em forma de espadas, de imperfeitos pretéritos, de distorcidos desejos, de ódios e iras e túmulos, e vidas e mortes e destinos, e estilhaços e condições desumanas.

O quarto poder é um berço; a inocência do dia primeiro, segundo a segundo; o choro e o riso, o siso e o norte, o sol e o sul, o leste e o oeste, os cardeais preciosos que guiam, precisos, o começo da nova vida.

O quarto poder é um voto; um desejo dobrado em quatro, a esperança feita num oito. Promessas, palavras vãs, ínvios caminhos, passos perdidos, leis e normas e regras e o melhor dos países e os oásis e os pântanos, e a pose a pensar na posse, no quero, no tudo, no mando.

O quarto poder é um piano; as teclas o prolongamento do tacto; a pauta a serenidade literária, a mão, silhueta temerária, e a mente, suavemente brilhante, tem na partitura o efeito, e na causa cheia o aplauso.

O quarto poder é um golo; um passe em profundidade; um drible, um truque, um remate, uma falta como se pecado fosse, um alento, um país, uma forma de vitória, a outra forma da derrota.

O quarto poder é uma luta; um jeito de desespero; a tábua do náufrago, os argumentos do facto, o mais dos que têm menos, o menos quando são demais.

O quarto poder é um acto; as horas que dele decorrem, as vidas que nele se perdem, as incertezas do dia e a inevitabilidade da noite.

O quarto poder é um arbítrio; um acaso disfarçado, um fogo-fátuo do nada, de tudo a fatalidade, de todos a provação, de muitos a privação, de quem a responsabilidade?

O quarto poder é pergunta; e resposta e mais pergunta, e tese e antítese e síntese; e os dias que hão-de vir, a nobreza do dever, a missão de não esconder, de mostrar, de saber, de fazer saber, de saber fazer, olhar e explicar.

O quarto poder é um quarto. Um quarto revisitado, um pai que é baleado, um fogo inacabado, um mar assim tresloucado, um sopro sentenciado, um berço de novo ocupado, um voto mais uma vez escrutinado, um piano a ser tocado, um golo que é celebrado, uma luta que dá brado, um acto premeditado, um arbítrio incontrolado, uma pergunta no estrado.

O quarto poder é um nome: SIC. O orgulho de poder dizer.


Autoria do jornalista Reinaldo Serrano.

domingo, 3 de maio de 2009

Trailer de "Angels & Demons"

À medida que se aproxima o dia da estreia de "Anjos e Demónios", o novo filme baseado na obra-prima com o mesmo nome, escrita por Dan Brown, a ansiedade aumenta. Estará o filme ao nível do romance? Conseguirão os fãs ficar apaziguados após a adaptação para o cinema do anterior "O Código DaVinci", filme que facturou mais de 155 milhões de euros?
Novamente realizado por Ron Howard e com Tom Hanks no papel de Robert Langdon e o mistério à volta de uma organização secreta que vem à séculos controlando a humanidade, os "Illuminati", deverá estar conseguida mais uma receita para o sucesso. Esperemos que haja mais adaptações dos livros de um dos romancistas que mais factura no planeta, que vai lançar um novo livro ("The Solomon Key") no dia da estreia deste filme (14/05/2009)...

sábado, 2 de maio de 2009

A Piece of My Mind #2



"Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma". - Lei de Lavoisier
Há uns tempos dei por mim, durante uma conversa, a recordar o passado com alguma nostalgia. Uma típica conversa de um gajo que está a ficar velho e que dá por si a falar com um ou dois amigos da mesma faixa etária e a filosofar sobre como esta nova geração parece tão estúpida com os seus mp3, iPod's, Laptop's e amizades virtuais. É credível que em breve o ser humano tenha perdido a capacidade de comunicar directamente e presencialmente, substituindo a interactividade com os outros seres humanos, do abraço, aperto de mão e gargalhada, para o smile, e-mail e LOL.
Esta carência afectiva faz com que, sempre que devesse haver comunicação entre duas pessoas (como por exemplo um casal de namorados), tal processo pareça mais complicado do que erigir a Casa da Música, levando a que os problemas que surgem em qualquer relação sejam "resolvidos" com a ausência de resposta a um SMS, ou à mudança do wallpaper do pc para um tema mais irritante (só para mostrar que estamos chateados!).
Eventualmente a degradação da comunicação directa e o desconhecimento do que vai na cabeça daquela pessoa com quem partilhamos uma casa, acaba por conduzir à ruptura. E da mesma forma a que nos habituamos ao telemóvel, àqueles estúpidos auriculares que fazem parecer que há demasiados gajos a falar sozinhos na rua, aos avatares e à realidade virtual, também nos habituamos que aquele casal de amigos que estão juntos há 9 ou 10 anos, poderão ir cada qual para o seu lado.
Escrevo isto para um amigo a quem recentemente lhe foi diagnosticada "ruptura irreversível de relação" e relembro-o de que, como dizia o Lavoisier, devemos receber a transformação de braços abertos e aceitá-la como parte da Natureza. E como diz o povo (que não deve nada à sabedoria de um químico francês do século XVIII): "Depois da tempestade vem a bonança..."